Texto para meditação: Atos 2:42.
a) Introdução - Você sabe em que consiste a comunhão? Ou no que ela reside? Até os meus onze anos eu pensava que a comunhão fosse algo material . Pensava que a comunhão se encontrava na, e era a hóstia que as pessoas recebiam na Igreja Católica Romana.
A Hóstia não é a representação do corpo, mas é o corpo de Cristo. Para eles quando você recebe a hóstia, você recebe o corpo de Cristo. Sendo assim todos os meus familiares faziam questão de que eu me preparasse para minha primeira comunhão. Comecei a ser catequizado e teoricamente es estava sendo preparado para o grande dia.
Até que, enfim, chega o dia “D”. Eu e mais uma turma de meninos e meninas vestidos de branco, todos esperando o grande momento transformador. Recebemos o Corpo de Cristo e teríamos comunhão com Ele, é o que nos ensinaram. Então, após uma longa missa veio o momento da primeira comunhão.
O padre me entregou a hóstia, e a tomei e sabe o que aconteceu?
NADA!!! Não aconteceu absolutamente nada. Sai pior do que como entrei pois agora estava frustrado. Não provi comunhão com Deus, nem com os outros e muito menos tive a sensação de haver tomado o corpo de Cristo.
Só bem mais tarde eu fui compreender o que é comunhão e vem a saber que ela não pode ser encontrada num objeto circular feito de farinha e sem única e exclusivamente em Cristo.
Pode ser que você não tenha toda a experiência que eu tive, contudo, você já olhou a comunhão de todos os ângulos possíveis? Você, de fato, compreende o que seja comunhão?
b) Narração - Em At.2:42 - “ E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Lucas descreve a vida dos convertidos, exemplos vivos dessa comunhão. A Igreja recém-inalgurada no Pentecostes estava crescendo e era uma Igreja coesa, unida nas diversas atividades que realizava.
A palavra aqui traduzida como comunhão é a palavra grega koinonia que também pode ser traduzida por: associação, fraternidade, relacionamento intimo... a ñ Traduções para essa palavra contudo, todas elas retratam a unidade entre os irmãos e nosso relacionamento íntimo com Deus.
O dicionário Internacional de teologia do Novo Testamento tratando de Koinonia em At. 2.42 nos diz o seguinte. Koinonia poderia ser traduzido por comunhão ou fraternidade liturgia na adoração. Koinonia, no entanto, expressa algo novo e independente. Indica a unanimidade e unidade levada a efeito pelo Espírito. O indivíduo era completamente apoiado pela comunidade.
É desse “algo Novo” e “independente” que quero tratar. É dessa comunhão levada a efeito pelo Espírito que quero tratar. Quando eu falava sobre a hóstia, disse que após tê-la tomado, nada aconteceu. Pois bem, quero falar hoje sobre “O Que acontece quando se prova a verdadeira comunhão com Cristo.
c)Tema : “ O que acontece quando se prova a verdadeira comunhão com Cristo”.
I - A comunhão com Cristo é o que nos permite provar de graça - Jo. 1: 6 e 7
João nessa porção nos mostra que não há como andar nas trevas ( andar em desobediência aos mandamentos de Deus) e manter comunhão com o Pai. Se há verdadeira comunhão com o Pai, então precisamos andar na luz (viver em obediência aos mandamentos d`Ele), “... como Ele esta na luz “. Se almejamos verdadeira comunhão, precisamos andar n´Ele porque Ele é luz , e não há n´Ele treva nenhuma.”(I Jo. 1:5).
Quando andamos n´Ele mantemos comunhão com Ele, “ mantemos comunhão uns com os outros “ e se mantemos comunhão uns com os outros” e se mantemos comunhão uns com os outros “ O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.
O que João está dizendo é que a comunhão só é possível se somos regenerados por Cristo.
Se há comunhão ente nós então há o lavar regenerador do sangue de Cristo e é o lavar regenerador que nos permite verdadeira comunhão. Não há como estabelecer uma ordem para esses fator, de fato, isso parece ocorrer de forma simultânea. A grande verdade é que, se não há comunhão entre nos e nossos irmãos então não há comunhão entre nós e Deus ( Jo. 13: 34), concequentemente, não houve regeneração, e a regeneração se dá por haver comunhão, e ...
I Jo. 3:10 nos diz que aquele que não ama a seu irmão não procede de Deus. De tudo isso o que podemos aprender é que devemos avaliar nossa relação com Deus através de nossa relação com o próximo. Esse amor ao próximo a que João se reger só pode produzir um coisa . Comunhão. Não Havendo comunhão é porque não há amor e se não há amor entre determinado grupo Deus não se agrada desse ajuntamento, Ele não se faz presente alí.
Através da alto avaliação você poderá saber se tem vivido a verdadeira comunhão e dessa conclusões saberá se é ou não nova criatura em Cristo Jesus.
Essa comunhão, esse “algo novo” não é somente fruto da graça e agente dela, é ainda o vinculo que nos leva a cuidarmos uns dos outros.
II - A comunhão com Cristo é o que nos leva a cuidarmos uns dos outros.(Rom.12:15).
Em Rm. 12:5 Paulo usa a analogia do corpo humano para descrever a relação entre os irmãos que tem comunhão verdadeira. Se temos verdadeira comunhão com Cristo então fazemos parte de um mesmo corpo e somos membros uns dos outros. Cristo é o cabeça e não há possibilidade de estarmos ligados a Ele e não estarmos ligados ao resto do corpo? Não há comunhão verdadeira com Cristo dissociada da comunhão com os irmãos.
Interessante é Paulo dizendo que “ mesmo sendo muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros. “Apesar de sermos milhares, somos um só corpo; Apesar de cada um ter característica própria somos um só corpo. É uma união fantástica. Ainda que eu seja um ser completo, criado a imagem e semelhança de Deus, ainda assim sou parte de um corpo, membro de um corpo que é composto de membros que são series completos.
E Paulo fala de sermos, de certa forma e sob certo aspecto, propriedade uns dos outros. Ele diz que somos “membros uns dos outros”, e isso porque somos um só corpo. Nesse caso temor a obrigação de cuidarmos uns dos outros para que tudo no corpo vá bem. A mão cuida dos pés, os pés permitem ao corpo que ele se locomova, os olhos guiam o corpo, a boca é o órgão por onde entra o alimento que sustenta todos os membros do corpo e assim por diante. A responsabilidade pelo funcionamento perfeito do corpo de Cristo é de todos nós e de cada um de nós.
Paulo em I Co. 12 trata das funções dos órgãos do corpo e nos mostra que cada crente tem uma função determinada. Se algum membro não desempenha seu papel, o corpo todo sente os efeitos do não funcionamento desse órgão e todo o corpo é prejudicado. Nesse caso se algum membro deixa de fazer a sua parte, por mais insignificante que ela pareça ser, todo o corpo de Cristo é prejudicado. É exatamente por isso que devemos cuidar uns dos outros, para que o corpo se desenvolva da forma devida. Um membro do corpo que têm problemas deve ser auxiliado por todos os demais membros. Pois se somos membros uns dos outros e um membro não vai bem, o resto de nos , vai sofrer as conseqüências.
Se o seu braço estiver ferido você vai deixar que a ferida-se enflame e provoque um dano tão terrível em seu braço a ponto de seu braço ter de ser cortado. Claro que não, você da falta que seu braço vai te fazer, você ama esse braço e quantas coisas deixaria de fazer. Então você cuida da ferida com o máximo cuidado . Que pena que você não têm o mesmo zelo quando se trata do corpo de Cristo. Um dos membros se fere e antes mesmo que essa ferida se inflame os demais membros do corpo já o amputaram e jogaram fora e o pior é que nem querem admitir a falta do membro amputado. É assim que a Igreja normalmente age e isso não é comunhão nem aqui nem na china.
A verdadeira comunhão não nos une de forma superficial, ela nos torna comprometidos uns com os outros, nos faz sentir responsáveis uns pelos outros.
Se somo membros uns dos outros, e sabemos que somos, então devemos zelar uns pelos outros. E uma vez que Cristo é o cabeça desse corpo, é evidente que somos membros de Cristo. É uma vez que sabemos, com absoluta certeza , que Ele cuida de nós e sendo suas ordens . Sendo assim , podemos concluir que, essa comunhão manifeste em nós.
III - A comunhão com Cristo faz com que a Glória dEle se manifeste em nós. - (Ex. 34: 29 ).
Moisés, quando desde do Sinai leva consigo a marca de seu encontro com Deus, seu rosto brilhava e os homens de Israel tremiam chegar perto dele - Ex. 34:30 - Todos olhavam para Moisés e reconheciam que ele havia estado e estava na presença do Deus todo poderoso. Havia comunhão entre eles e isso era incontestável.
Moisés se preocupava com seu povo (seus irmãos). Tanto que em Ex. 34:9 ele pede a Deus siga no meio do povo, pois Moisés sabia que a ausência de Deus seria o fim de Israel. Moisés tinha intimidade com Deus, comunhão com Deus. Caso contrário, jamais teria intercedido pelo povo junto a Deus. Na realidade ele nem teria chance de estar diante de Deus se não houvesse comunhão entre eles.
Em Ex.33:18 Moisés pede para ver a glória de Deus e é atendido por Deus, ainda que não tenha sido atendido da forma que desejava. Aqui vemos a comunhão entre Deus e Moisés a ter mais sede de Deus e desejo de conhece-lo e esse desejo proporciona um momento singular de comunhão entre Deus e Moisés. Esse momento singular deixa em Moisés a incontestável marca de que entre ele e Deus havia comunhão.
Fato é que Moisés era fiel a Deus (Hebreus 3:2) e por isso a vontade de Deus era proclamada por ele, praticado por ele.
Só faz a vontade de Deus, aquele que têm verdadeira comunhão com Ele. A verdade comunhão e que nos proporciona refleti-lo.
Quando em Jo. 3:30 João Batista declara que convém que Cristo cresça e que ele diminua é porque , de fato, João Batista tinha consciência de que tudo o que ele havia feiro era para que a Glória de Cristo fosse manifesta. João Batista compreendeu isso por ter comunhão com Ele, caso contrário, não compreenderia jamais essa verdade.
Por causa da verdadeira comunhão com Cristo é que os crentes conhecem a vontade dEle. Por causa dessa comunhão é que os crentes fazem a sua vontade e é isso que leva os crentes, cada um de nós e todos nós, a resplandecer sua glória.
Moisés desce do Sinai resoluto a fazer a vontade de Deus e a fazer com que seus irmãos cumprissem também. Deus põe em Moisés um sinal que provoca temor no povo e que valida as palavras de Moisés. Se temos comunhão com Deus, nós não somente fazemos sua vontade como também somos respeitados pelos que nos cercão porque eles vêem em nós a presença de Deus e ninguém será capaz de negar essa comunhão.
d) Conclusão - Essa comunhão, esse “algo novo” e independente, é essencial para a vida cristã. De fato essa comunhão é o que nos torna cristãos, é a marca do verdadeiro cristianismo e é o que nos ajuda a caminhar ajudados uns pelos outros.
Se vivermos a verdadeira comunhão em Cristo Jesus, então: teremos convicção inabalável de que somos regenerados, em virtude disso cuidaremos uns dos outros como verdadeiros irmãos em Cristo e por isso a Glória dEle resplandecerá em nós de forma tão maravilhosa que mesmo os não cristãos, terão de reconhecer que algo diferente ocorre no meio do povo cristão.
Essa comunhão verdadeira é a mais poderosa pregação e por meio dela muitos se tornaram membros do corpo de Cristo. E essa comunhão proporcionará o crescimento diário do corpo.
A carência de você se alto avaliar com respeito a essa comunhão. Pode ser que você seja o empecilho par o crescimento do corpo e até pode ser que você esteja numa igreja e não seja parte da Igreja de Cristo. O haver ou não verdadeira comunhão será a sua resposta.
É responsabilidade de cada um de nós manter os versículos com o irmão e com Deus , não estou eliminando a soberania de Deus . Precisamos clamar a Deus por essa verdadeira comunhão. É problema meu e é problema seu se um irmão não tem vivido verdadeira comunhão. Se não nos importamos com ele estamos como ele, sem verdadeira comunhão.
Quando temos verdadeira comunhão somos fonte de bênção e é ai que somos abençoados. Essa comunhão não é dada por meio de coisas materiais, lembra-se da minha hóstia? , ela é dada pelo Espírito. No entanto ela se expressa em nossas ações, se materializa nelas. Comunhão requer atitudes praticas más não é só isso, ela é atitudes praticas.
SERMÃO TOPCO
ATOS 2:42
“ COMUNHÃO: SINAL DA ATUAÇÃO TRANSFORMADORA DE CRISTO”
por
Juberto Oliveira da Rocha Júnior
EM CUMPRIMENTO ÀS EXIGÊNCIAS
DA DISCIPLINA
PRATICA DE PREGAÇÃO I
SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO
R.D.N.E.
25 DE ABRIL, 1997
BELO HORIZONTE
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