segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cristo Morreu pelo Pecador

" E Deus viu que a maldade do homem era grande na terra, e
que era continuamente mau todo o desígnio do seu coração`”
(Gn. 6:5)
O testemunho divino relativo ao homem é, que ele é um pecador.
Deus testemunha contra ele, não a seu favor; e testifica que "não há nenhum
justo, nem um sequer"; que "não há quem faça o bem"; nenhum que "entenda";
nenhum "que busque a Deus" e, mais ainda, nenhum que O ame (Sl. 14:1-3;
Rm. 3:10-12). Deus fala de forma amável, mas severamente ao homem; como
alguém que procura ansiosamente por uma criança perdida, contudo sem fazer
qualquer concessão para com o pecado, e que "de modo nenhum inocenta o
culpado".(Na.1:3)
Ele declara o homem perdido, alguém que se desviou, um rebelde,
alguém " aborrecido de Deus " (Rm. 1:30); não um pecador ocasional, mas um
pecador em tempo integral; não um pecador com partes boas, mas um pecador
por completo; não satisfazendo-se com a bondade; mau tanto no coração
quanto na vida, "morto em delitos e pecados" (Ef. 2:1); um praticante do mau,
e consequentemente debaixo de condenação; um inimigo de Deus, e por isso
"debaixo da ira"; alguém que continuamente quebra a reta lei de Deus, estando
portanto "debaixo da maldição da lei" (Gl. 3:10). O pecador não somente traz o
pecado diante de si, mas ele o carrega consigo, como seu segundo eu; ele é um
"corpo de pecado" (Rm. 6:6), e " corpo de morte " (Rm. 7:24), não sujeito à lei
de Deus, mas a " lei do pecado " (Rm. 7:23).
Há ainda outra sentença pior contra ele. Ele não acredita no nome
do Filho de Deus, nem ama o Cristo de Deus. Este é o principal pecado dele.
Que o coração dele não é reto para com Deus, é a primeira sentença contra ele.
Que o coração dele não é reto para com o Filho de Deus, é a segunda. E esta
segunda sentença, que é a principal de todas, traz sobre si mais terrível
condenação do que todos os outros pecados juntos.
"O que não crê (nEle), já está julgado, porquanto não crê no nome
do unigênito Filho de Deus" (Jo 3:18). "Aquele que não dá crédito a Deus, O
faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu
Filho"(1 Jo. 5:10). "Quem, porém, não crer será condenado" (Mc. 16:16). E,
portanto, o primeiro pecado que o Espírito Santo leva em conta, é a
incredulidade; "quando Ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do
pecado...: do pecado porque não crêem em mim " (Jo. 16:8-9).
O homem não pode dizer uma só palavra boa sobre si mesmo, ou
ainda declarar-se inocente, a menos que ele possa mostrar que ama, e sempre
amou a Deus de todo coração e alma. Se ele pode dizer isto verdadeiramente,
ele é reto, ele não é um pecador, e não precisa de perdão. Ele achará seu
próprio caminho para o reino de Deus, sem a cruz e sem um Salvador.
Mas, se ele não pode dizer isto, sua boca está emudecida e ele é
culpado diante de Deus . Conquanto uma vida de boa conduta externa possa
dispô-lo e a outros a olharem, no presente, favoravelmente para si mesmos, o
veredicto contra ele, virá no futuro. Este é o dia do homem, quando os
julgamentos dos homens prevalecem; mas o dia de Deus está vindo, quando o
caso será julgado em seus reais méritos. Então o Juiz de toda a terra fará
justiça, e o pecador será envergonhado. Este é um veredicto divino, não
humano. É Deus, não o homem, que condena; e "Deus não é homem para
mentir". Este é o testemunho de Deus relativo ao homem, e nós sabemos que
este testemunho é verdadeiro. Compete-nos recebê-lo como tal, e agirmos
baseados nisto.
"Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra;
porque Eu sou Deus, e não há nenhum outro " (Is. 45:22), um "Deus justo e
Salvador" (v. 21). "Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus
pensamentos; converta-se ao senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para
o nosso Deus, porque é rico em perdoar" (Is. 55:7).
Volte seus olhos, olhos da fé, para a cruz e veja estas duas coisas: os
crucificadores e o crucificado. Veja os crucificadores, os inimigos de Deus e do
Seu Filho, Jesus. Eles são você. Perceba neles o seu próprio caráter. Então
agora, veja O crucificado. É o próprio Deus; amor encarnado. Seu Criador,
Deus manifesto em carne, sofrendo, morrendo pelo pecador. Você pode
duvidar da Sua graça? Você pode acalentar pensamentos maus sobre Ele? Você
pode imaginar qualquer outra coisa, que desperte em você a mais completa e
franca confiança? Você interpretará mal aquela agonia e morte, dizendo que
elas não querem dizer graça, ou que a graça que elas representam não são para
você? Relembre o que está escrito: "Nisto conhecemos o amor, em que Cristo
deu a sua vida por nós" (1 Jo. 3:16) e, "Nisto consiste o amor, não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou, e enviou o Seu Filho
como propiciação pelos nossos pecados " (1 Jo. 4:10)



Horatius Bonar

Nenhum comentário:

Postar um comentário