CARO(A) AMIGO(A),
É
com muita tristeza que lhe participamos o falecimento de um amigo muito querido
que se chamava BOM SENSO e que viveu muitos e muitos anos entre nós. Ninguém
conhecia com precisão a sua idade porque o registro do seu nascimento foi
desclassificado há muito tempo, tamanha a sua antiguidade. Mas lembramo-nos
muito bem dele, principalmente pelas suas lições de vida como: «O mundo
pertence àqueles que se levantam cedo»; «Não podemos esperar tudo dos outros»; Ou
ainda, «O que me acontece pode ser em parte também por minha culpa»...
O
BOM SENSO só vivia com regras simples e práticas como: «Não gastar mais do que
se tem» e de claros princípios educativos como: «São os pais quem dão a palavra
final».
Acontece
que, o BOM SENSO começou a perder o chão, quando os pais passaram a atacar os
professores, que acreditavam ter feito bem o seu trabalho querendo que as
crianças aprendessem o respeito e as boas maneiras. Sabendo que um educador foi afastado ao repreender
um aluno por comportamento inconveniente na aula, agravou-se o seu estado de
saúde.
Deteriorou-se
mais ainda, quando as escolas foram obrigadas a ter autorização dos
responsáveis, até para um curativo no machucado de um aluno, sequer podiam
informar os pais de outros perigos mais graves incorridos pela criança. Enfim,
o BOM SENSO perdeu a vontade de viver quando percebeu que os ladrões e os
criminosos tinham melhor tratamento do que as suas vítimas.
Também
recebeu fortes golpes morais e físicos, quando a Justiça decidiu que era crime
defendermo-nos de algum ladrão na nossa própria casa, enquanto a este último é
dada a garantia de poder queixar-se por agressão e atentado à integridade
física O BOM SENSO perdeu definitivamente toda a confiança e a vontade de viver
quando soube que uma mulher, por não perceber que uma xícara de café quente
iria queimar-lhe, ao derramá-lo em uma das pernas recebeu por isso, uma
colossal indenização do fabricante da cafeteira elétrica.
Certamente
você já reconheceu, que a morte do BOM SENSO foi precedida pelo falecimento: dos
seu pais: Verdade e Confiança; da sua mulher Discrição; da sua filha
Responsabilidade e do filho Juízo. Então, o BOM SENSO deixa o seu lugar para
quatro falsos irmãos: «Eu conheço os meus direitos e também os adquiridos», «A
culpa não é minha», «Sou uma vítima da sociedade», « Meus pais não sabem
nada e cobram demais».
Claro
que não haverá multidão no seu enterro, porque já não temos muitas pessoas que
o conheçam bem, e poucos se darão conta de que ele partiu. Mas, se você ainda
se recorda dele, caso queira reavivar a sua lembrança, previna todos os seus
amigos do desaparecimento do saudoso BOM SENSO fazendo circular esta comunicação.
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