Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora... A porta se fechou e o ônibus saiu; então ficou incapaz de recuperá-lo. O homem terminou de subir a escada, calçando um só sapato, procurou a primeira janela aberta, retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu,
perguntou:
-“Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato”?
O homem prontamente respondeu:
-
“Para que quem
os encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um par de
sapatos usados encontrados na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de
sapato”.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena
agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem porque você não deseja que
outro o tenha. Perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e
injusta inicialmente, mas a perda só acontece para que mudanças, na maioria das
vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Como o homem da história, nós temos que aprender
a nos desprender. Deus decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato. Talvez isto
tenha acontecido para iniciar uma série de outros acontecimentos bem melhores
para o homem do que aquele par de sapatos poderia proporcionar. Talvez uma nova
e forte amizade com o rapaz no ônibus. Talvez aquele rapaz precisasse
presenciar aquele acontecimento para adotar uma ação semelhante. Talvez a
pessoa que encontrou os sapatos tenha, a partir daí, uma forma de proteger os
pés. Seja qual for a razão, não podemos evitar perder coisas. O homem sabia
disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante não
mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa desabrigada,
precisando desesperadamente de proteção do chão. Acumular posses não nos faz
melhores e nem faz o mundo melhor. Todos temos que decidir constantemente se
algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com
os outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário