J. C. Ryle
A santificação não
consiste na casual realização de ações corretas. Antes, é a operação habitual
de um novo princípio celestial que atua no íntimo, influenciando toda a conduta
diária de uma pessoa, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas. A sua sede
é o coração, e, tal como o coração físico, exerce influência regular sobre cada
aspecto do caráter de uma pessoa. Não se assemelha a uma bomba de água que só
fornece água quando alguém a aciona; mas parece-se mais com uma fonte perpétua,
de onde a torrente jorra perene e
espontaneamente, com
naturalidade. Herodes ouvia João Batista de boa mente”, ao mesmo tempo em que seu coração era inteiramente mau aos olhos
de Deus (Mc 6.20). Por semelhante modo, há dezenas de pessoas hoje em dia que
parecem ter ataques espasmódicos de “atos de bondade, conforme os poderíamos chamar, e que fazem muitas
coisas boas sob a influência da enfermidade, da aflição de morte na família,
das calamidades públicas ou de alguma súbita agonia da consciência. Contudo, o
tempo todo qualquer pessoa inteligente poderá observar claramente que tais
pessoas não se converteram e que elas nada conhecem acerca da “santificação. Um verdadeiro santo, tal como Ezequias (2 Cr 31.21), age “de todo o coração” e poderá dizer, juntamente com o
salmista: “Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto
todo caminho de falsidade” (Sl
119.104).
... Desafio qualquer pessoa a ler
cuidadosamente os escritos do apóstolo Paulo para neles encontrar grande número
de claras orientações práticas, atinentes ao dever do cristão, em cada
relacionamento da vida, e acerca de nossos hábitos diários, de nosso
temperamento e de nossa conduta de uns para com os outros. Essas orientações
foram registradas por inspiração divina, para orientação perpétua dos crentes professos.
Aquele que não dá atenção a essas normas talvez seja aceito como membro de uma
igreja ou denominação evangélica, mas certamente não será aquele que a Bíblia
chama de homem santificado.
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