Maria, Maria
Recentemente ouvi uma música evangélica de louvor em que parte da letra diz: “Como Maria que estava aos teus pés e dissestes a ela: esta é a boa parte que nunca, nunca será tirada” (Eu Encontrei o Meu Tesouro – Como Maria – PHOP Música). A canção faz referência a Maria aos pés do mestre Jesus. Então, fui ver os comentários (pra quê?). Havia muitos comentários de católicos romanos dizendo coisas como:
- “Agora os evangélicos estão aprendendo sobre Maria”
- “Os crentes estão começando a entender que tem que respeitar a virgem Maria”.
E comentários nessa direção vão aparecendo.
Eu já fui católico romano e sou um cristão, reformado e presbiteriano. O Senhor Jesus me aceitou faz mais de trinta anos. Não desrespeitamos Maria, esposa de José. Maria é um personagem bíblico admirável. O ponto é que não adoramos, veneramos e nem pedimos a intercessão de Maria, pois a Bíblia ensina que todas essas atitudes devem ser prestadas a Trinidade Santa somente.
Mas, tem uma coisa que salta aos olhos quando leio os comentários desse pessoal. A ignorância das Escrituras é impressionante. A música não se refere à Maria que deu à luz a Jesus. A música está falando de outra Maria. O que essas pessoas parecem desconhecer é que muitas Marias são mencionadas na Bíblia. Alguns exemplos:
1. Maria, mãe de Jesus (Mt 1. 16);
2. Maria Madalena (Lc 8. 2);
3. Maria, mãe de Tiago e José (Mt 27. 56);
4. Maria, mãe de Marcos (At 12. 12);
5. Maria, uma cristã de Roma (Rm 16. 6);
6. Maria, irmã de Marta e Lázaro (Jo 11. 1.
E Dá-lhe “Marias”!
A música se refere justamente à Maria irmã de Marta e Lázaro, de Betânia (Lc 10. 38-42; Jo 12. 3 e seguintes). Não há referência à esposa de José aqui. Na verdade, Maria é um nome muito comum nos tempos bíblicos. De acordo com censos realizados entre 330 a.C. e 200 d.C. na região onde hoje fica Israel e os territórios palestinos, 24% das mulheres registradas eram Marias. (Informação do site Got Questions). Há na Palavra outras personagens que se chamam Maria com histórias lindas, mas o desconhecimento bíblico leva muita gente a perder muita coisa.
Também precisamos levar em consideração o fato de que há pessoas que só veem aquilo que querem. Há pouco tempo, prestamos um culto de ações de graças ao Senhor pela vida de uma irmã. Na oportunidade, eu preguei um sermão baseado no cântico de Maria, o Magnificat (Lc 1. 46-56). Falei sobre como Maria apontava para Jesus; como ela dirige sua adoração a Jesus; como ela se alegrou porque chegou o Salvador. Pontuei que Maria precisava de um Salvador. E, se Maria admitia que precisava ser salva e desejava o Salvador, também nós precisamos do Salvador Jesus. Tudo muito bom. Mas uma senhora líder na igreja católica romana faz o seguinte comentário:
- “Parece que alguns pastores estão aprendendo quem é Maria”.
Ela só ouviu o nome “Maria” e mais nada. Só viu o que quis.
Sei quem é Maria, mãe de Jesus. Também conheço muitas outras Marias da Bíblia. Sobre a Maria esposa de José sei que:
1. Ela se alegrou com a vinda do Messias pois ela o aguardava. Não aguardava a si mesma.
2. Sei que ela engrandeceu ao Senhor e não a si mesma. Não penso que ela aprovaria todo o engrandecimento que muitos dão a ela hoje.
3. Ela se alegrou em seu Salvador. Ela não veio salvar. Ela veio com o propósito de dar à luz ao Salvador.
4. Maria precisava do Salvador Jesus para adentrar ao Céu. Eu também preciso. Você também precisa de Jesus, exatamente como Maria e todas as Marias.
5. Maria não é intercessora. Ela mesmo nos ensinou a recorrer e obedecer a Jesus (Jo 2 – as bodas em Caná).
6. Ela se retira de cena ao cumprir seu propósito. Ela sabe que o centro é Jesus.
7. Ela nunca reivindicou nada para si. Ela compreendeu que a deidade, o alvo da adoração, da reverência, o paradigma é JESUS.
Aprendamos com Maria e pratiquemos o que aprendemos. Tudo na Bíblia converge, aponta para Jesus. Inclusive Maria e as Marias.
Renda-se a Jesus, pois “em nenhum outro há salvação” (Até 4. 12).
Juberto Oliveira da Rocha Júnior
Governador Valadares (MG), 11 de junho de 2024
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