O Velho, o Menino e o Burro
Você já tentou agradar a todos? Qual foi o
resultado? Será que você conseguiu? Veja
nessa história abaixo, um exemplo disso:
No interior de Minas Gerais, terra de gente muito boa
e trabalhadora, havia um pequenino sítio.
Do que plantava naquela terra vivia uma humilde
família, e também da criação de algumas galinhas e porcos, além de três cabeças
de gado.
Esquecida do mundo, aquela gente era feliz e vivia em
paz, ainda que a vida não lhe fosse fácil.
Um fiel burrico fazia parte da pequena lista de
propriedades daquela família. Era um animal valente e bem disposto, em cujo
lombo havia sido carregada toda a terra removida para a construção do pequeno
açude, que mantinha todos vivos na época das longas estiagens.
Com a chamada “febre da cidade grande”, quando a
população campestre deixa a zona rural em busca de trabalho nos grandes centros
urbanos, a família ficou reduzida a um menino, sua mãe e o avô. Os tios não
apareciam havia tempo! O próprio pai da criança só às vezes mandava lembranças.
Dinheiro, que é bom, nada.
Quando o menino cresceu mais um pouquinho, o avô
amoroso resolveu levá-lo para ser educado na escola da cidade mais próxima, que
ficava um dia de viagem do sítio. Viagem a pé, diga-se de passagem, e pela
estrada de chão, fique bem claro.
O velho aprontou o burrinho e, logo de manhã cedinho,
partiram os três estrada afora, o velho, o menino e o burrico. A criança ia
montada no animal e o velho ia à frente, conduzindo a montaria.
Por volta das oito horas da manhã, os três pararam em
frente a uma linda fazenda, com uma cerca de mourões de jacarandá, muito bem
feita, que marcava os limites da propriedade. Não longe da estrada podia-se ver
a casa da sede, onde a fumacinha que saía da chaminé lembrava um café
fresquinho, esquentado em cima do fogão de lenha.
Uma grande turma de trabalhadores, homens e mulheres,
espalhavam os grãos de café para secarem no espaçoso terreiro. Quando aquela
gente toda viu o velho a pé e o menino em cima do burro, levantou-se um
burburinho.
Todos comentavam: “Mas que falta de consideração com
o pobre velho! Nessa idade e fazendo tanto esforço! Uma criança nova como essa
pode muito bem andar por si só, sem precisar ir montada no lombo de um burro. O
velho sim, precisa de montaria!”.
Um daqueles trabalhadores então gritou:
— “Ô, menino! Respeite os mais velhos! Desça do burro
e dê o lugar ao pobre velho”!
Assim, o velho e o menino mudaram de posição: o velho
montou no burro e a criança foi à frente, puxando o animal.
Por volta das dez horas, atravessaram uma pinguela,
ponte estreita, feita com o tronco de uma árvore, e pararam junto a uma
porteira, em frente a um grande curral, onde os boiadeiros cuidavam do gado.
Quando aqueles homens viram a criança abrir e fechar
a porteira, enquanto o velho passava em cima do burro, comentaram:
- “Pobre criança! A
coitadinha vai pela estrada a puxar o animal e a abrir as porteiras, como se
fosse uma escrava daquele velho mau e preguiçoso!” Um deles gritou:
— “Ô velho! Tem vergonha não? Tenha pena dessa pobre
criança”!
Assim, o velho deu a mão ao menino e ele,
ariscamente, pulou para cima do burro. Lá se foram caminho afora, os dois em
cima do burro, vagarosamente.
Às duas horas da tarde,
ao fazerem a curva que contornava um morro todo plantado de milho, avistaram um
arraial em festa. Um grupo de pessoas celebrava em torno de um braseiro, onde
um vistoso assado enchia o ar de sabor.
Ao verem o velho e o menino montados no burro,
comentaram: “Mas que maldade com o bichinho! Dois montados em um pobre
burrinho!” E gritaram:
— “Vocês vão matar esse animal de cansaço”!
Assim, o velho e o menino apearam e seguiram a pé
pelo caminho, puxando o burrinho. Mais outro tanto de caminhada e os três
chegaram, finalmente, muito cansados à cidade.
Passando pela porta de um botequim, alguém
maldosamente comentou de lá de dentro: “Olhem só! Três burros: dois na frente
puxando outro pela cordinha!”
Atravessando a cidade, atingindo enfim o portão da
escola, mais alguém comentou: “O velho tá pagando promessa, sô? Se Deus lhe deu
um burro, por que não monta nele? Será que não tem pena dessa criança?”
Quando se despedia do neto, o velho comentou:
— Meu filho, lembre da lição que Deus nos deu hoje.
Quando você montava o burro, os que trabalhavam no terreiro, espalhando os
grãos, não lembraram de nos oferecer um café, mas souberam te criticar. Os
boiadeiros não se ofereceram para cuidar do nosso burrinho, dando-lhe água e um
pouco de alimento, mas criticaram a mim.
Os festeiros não nos
ofereceram um pouco do assado, ainda que fosse a hora do almoço, mas criticaram
a nós dois. Por fim, chegando à cidade, na porta da escola, antes de nos
receberem e nos darem boas-vindas, vindo nós de tão cansativa viagem,
criticaram a todos nós, incluindo nosso pobre burrico. Prepara-te, meu filho,
para a vida no mundo.
"Você nunca deve tentar agradar a todos, se você
tentar agradar a todos, acabará não agradando a ninguém".
Conforme nos alertou o Senhor Jesus, há pessoas que
sempre criticam, seja lá o que for. Ele também sofreu com isso, pois certa vez
também foi vítima desse hábito das pessoas. Ele mesmo nos advertiu quanto a
isso:
“Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem:
Tem demônio! Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão
e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Mateus 11.18,19)
A nós convém agradar somente a Deus!
Autor Desconhecido –
Enviado por e-mail por Mary
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