TULIP – Acróstico formado pelas iniciais, em inglês, das
cinco doutrinas reformadas da salvação, conhecidas também como as Doutrinas da
Graça de Deus.
* Total Depravity – Depravação Total
* Unconditional Election – Eleição Incondicional
* Limited Atonement – Expiação Limitada
* Irresistible Grace – Graça Irresistível
*
Perseverance of the Saints – Perseverança dos Santos
DEPRAVAÇÃO TOTAL
(Total Depravity)
A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua
imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da
obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem
falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio,
rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência
(conhecido como a “queda do homem”) resultou em morte espiritual e ruptura na
ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física.
Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos nós caímos com ele e
fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira
de Deus e a morte passou a todos os homens.
Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por
isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte
espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o
homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má).
A Depravação Total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que
somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus
(todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).
A Depravação Total também significa que o homem possui
uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por
causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de
crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas
espirituais. Desde a queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser
escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem
em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de
construir para si um “deus” que lhe seja propício. Porém, todas essas
tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o
verdadeiro Deus.
Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não
tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem
natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus
não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.
Referências bíblicas: Gn 2:17; 6:5; 8:21; 1 Rs 8:46; Sl
51:5; 58:3; Ec 7:20; Is 64:6; Jr 4:22; 9:5-6; 13:23; 17:9; Jo 3:3,19,36; 5:42;
8:43-44; 14:4; Rm 3:10-11; 5:12; 7:18,23; 8:7; 1 Co 2:14; 2 Co 4:4; Ef 2:3;
4:18; 2 Tm 2:25-26; 3:2-4; Tt 1:15.
ELEIÇÃO
INCONDICIONAL (Unconditional Election)
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no
mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm
desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo
que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria
escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos
para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos Céus e têm
perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo
para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter
demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia
apresenta a eleição.
A Eleição Incondicional significa que Deus, antes da
fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos
da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e
para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs
salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens
(pois Ele tem o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter
escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar
misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés
disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna
escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer
ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão
somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição
não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam
fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados
às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus
pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher
todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse
graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado
prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.
Referências bíblicas: Dt 4:37; 7:7-8; Pv 16:4; Mt 11:25;
20:15-16; 22:14; Mc 4:11-12; Jo 6:37,65; 12:39-40; 15:16; At 5:31; 13:48;
22:14-15; Rm 2:4; 8:29-30; 9:11-12, 22-23; 11:5,8-10; Ef 1:4-5; 2:9-10; 1 Ts
1:4; 5:9; 2 Ts 2:11-12; 3:2; 2 Tm 2:10,19; Tt 1:1; 1 Pe 2:8; 2 Pe 2:12; 1 Jo
4:19; Jd 1:3-4; Ap 13:8; 17:17; 20:11-21:8.
EXPIAÇÃO LIMITADA
(Limited Atonement)
Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo
número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como
os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era
necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo
merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.
A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou
alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados
ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua
redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para
que pudesse identificar-se com os Seus eleitos e agir como seu representante ou
substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a Lei de
Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos
ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nEle. Através do que
Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são
libertos da culpa e condenação, como resultado do que Cristo sofreu por eles.
Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados
dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando
Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual
ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram
ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.
A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e
realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos
pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e
para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo
que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com
Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos
pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário,
todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção,
portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
Referências bíblicas: 1 Sm 3:14; Is 53:11-12; Mt 1:21;
20:28; 26:28; Jo 10:14-15; 11:50-53; 15:13; 17:6,9-10; At 20:28; Rm 5:15; Ef
5:25; Tt 3:5; Hb 9:28; Ap 5:9.
GRAÇA IRRESISTÍVEL
(Irresistible Grace)
Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito
Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai,
antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao
Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e
assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a
redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino
para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela
qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito.
A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em
trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus
aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua
intenção salvar todos os eleitos.
O apelo do Evangelho estende uma chamada à salvação a
todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber
da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer.
Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito,
não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza,
mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de
abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber
misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Conseqüentemente, o não
regenerado não vai responder à chamada do Evangelho para arrepender-se e crer.
Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego,
surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor, e olhar somente
para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do
homem.
Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus
à salvação, estende-lhe uma chamada especial, interna, em adição à chamada
externa contida na mensagem do Evangelho. Através dessa chamada especial, o
Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz
à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a
entender e crer na verdade espiritual.
No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e
ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e
uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento),
pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua
vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem
espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.
Referências bíblicas: Jr 24:7; 31:3; Ez 11:19-20;
36:26-27; Mt 16:17; Jo 1:12-13; 5:21; 6:37,44-45; At 16:14; 18:27; Rm 8:30; 1
Co 4:7; 2 Co 5:17; Gl 1:15; Ef 1:19-20; Cl 2:13; 2 Tm 1:9; Hb 9:15; 1 Pe 2:9;
5:10.
PERSEVERANÇA DOS
SANTOS (Perseverance of the Saints)
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e
regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus.
Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão
eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de
Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados
para o Céu. A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que
professam a Fé Cristã estão garantidas para o Céu. Somente os santos – os que
são separados pelo Espírito – é que perseverarão até o fim. São os crentes –
aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e
salvos nEle. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas
eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos
santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o
Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em
tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura
toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados,
mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo. A
Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São
guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor.
Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua
salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.
Referências bíblicas: Is 54:10; Jr 32:40; Mt 18:14; Jo
6:39-40,51; 10:27-30; Rm 5:8-10; 8:28-39; 11:29; Gl 2:20; Ef 4:30; Fp 1:6; Cl
2:14; 2 Ts 3:3; 2 Tm 2:13,19; Hb 7:25; 10:14; 1 Pe 1:5; 1 Jo 5:18; Ap 17:14.
Fonte: site Eleitos de Deus (www.eleitosdeDeus.org).
SOLI DEO GLORIA!!
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