Quando um novo líder é nomeado em uma organização, a
mudança é inevitável. O novo chefe definirá a política, estabelecerá o tom e
refletirá uma atitude em sua organização. O mesmo é verdade quanto aos nossos
casamentos. O novo líder a quem me refiro aqui não é um novo marido, mas sim o
verdadeiro marido, o Senhor Jesus Cristo.
Pelas Escrituras, nós sabemos que um casamento
cristão nunca é simplesmente uma união de duas pessoas, mas duas pessoas unidas
em Jesus Cristo. Esta é outra maneira de dizer que Jesus é a nossa cabeça, o
Senhor e o que concede vida ao nosso casamento. Quando um homem e uma mulher
abraçam a verdade do evangelho, seja na conversão ou na santificação, sempre há
mudanças correspondentes relacionadas a Jesus ser o cabeça do casamento. Abaixo
estão três das mudanças mais comuns que Cristo opera em um casamento enquanto o
governa por meio do evangelho.
1. Do egoísmo ao serviço
Cada pecado flui do reservatório do eu. Nós
abandonamos Deus e os outros em favor de nós mesmos. Isso é desastroso e
doloroso. Em nenhum lugar essa inversão é mais evidente e prejudicial do que no
casamento. Porém, quando o evangelho alcança o lar, há nítidas mudanças nesse
contexto. A esposa irritável se torna paciente e bondosa com seu marido porque
Jesus foi paciente e bondoso com ela. O marido autocentrado encontra mais
alegria em aprender sobre os interesses da sua esposa do que sobre a história
dos seus atletas favoritos. Isso é porque ele percebe que ela foi feita por
Deus e para Deus, bem como a verdade que o Espírito continua a operar
poderosamente mais de Cristo na vida da sua esposa. Isso é atraente e animador
de uma forma que dribles e gols nunca podem ser. O evangelho alcança o lar e
afasta os nossos corações de nós mesmos (egoísmo) em direção ao nosso cônjuge
(serviço).
2. Da preguiça ao comprometimento
Se você não acha que a preguiça é um problema na
América, considere o fato de que temos uma cadeira chamada “Rapaz preguiçoso”[i],
que é adaptada e comercializada para o homem americano. E ela vende! A
preguiça, assim como o egoísmo, é inclinada para o eu, mas recebe as suas
instruções de ação a partir do comando do conforto. Nós desejamos a comodidade
e nos recusamos a fazer qualquer coisa difícil porque poderia ser
desconfortável. A preguiça se relaciona principalmente sobre a preservação e
promoção da percepção de conforto pessoal. E a preguiça mente muito. Sabemos
que há um problema em nosso casamento, mas também sabemos que isso exige uma
mudança, talvez até mesmo uma mudança dolorosa. Então, o que acontece? A
preguiça diz: “Oh, eu farei isso em outro momento”. Ou a preguiça diz
convincentemente: “Isso não é tão ruim. Eu ficarei bem”. Mas isso é a preguiça
falando e não Jesus, o governador das nossas vidas. Sem dúvida, você pode
imaginar como isso poderia minar o plano de Jesus para o crescimento e mudança
em você e seu casamento. Mas quando o evangelho da graça alcança o lar, nos
tornamos comprometidos em nosso casamento. Não somos mais espectadores passivos
esperando manter uma cultura de conforto e segurança através da mediocridade
disfarçada. Em vez disso, nos aproximamos do que Jesus é: buscamos a semelhança
com Cristo por meio de, dolorosamente, mortificar o pecado.
3. Da justiça própria à humildade
A justiça própria é aquela mentalidade diabólica de
que possuímos mérito em nós mesmos que nos recomenda diante de Deus e dos
homens. Enquanto o egoísmo ama se retrair para o eu, a justiça própria ama se
gloriar do eu. Em sua essência, isso se opõe ao evangelho que gira em torno da
nossa necessidade e recebimento da justiça imputada de Cristo. A justiça
própria em um casamento é tão sutil quanto uma sobrancelha erguida, enquanto a
humildade é tão perceptível quanto a feição alegre. Durante uma discussão, uma
esposa pode comunicar algumas preocupações ao seu marido. Se ele é justo em si
mesmo, pode começar a contradizê-la com “dura” evidência. Se as coisas ficarem
difíceis, seu ousado advogado interior articulará poderosamente a sua inocência
enquanto também apresenta acusações contra sua esposa. A justiça própria no
casamento está sempre na defensiva porque percebemos que sempre estamos sob
ataque. Isso deve ser contrastado com o evangelho que nos ensina que já fomos
suficientemente atacados, criticados e julgados. A cruz é o veredito. Nós somos
culpados. Mas a beleza do evangelho é que, enquanto éramos infinitamente
pecaminosos, também fomos profundamente amados. Isso produz humildade e segurança.
Quando o evangelho alcança o lar em um casamento, nós silenciaremos mais
rapidamente nossos advogados internos, enquanto desfrutamos a verdade do
evangelho. É somente aqui que nós podemos, humildemente, crescer juntos na
semelhança de Cristo.
Quando o evangelho vem ao lar e ao casamento há uma
mudança definitiva no modo de funcionamento, tom e atitude. O casamento começa
a ter as características do seu líder. No caso do evangelho, não pode haver
melhor líder e nenhuma mudança mais importante para nós e nosso casamento.
Erik Raymond
Original: 3 Ways the Gospel Changes Marriage. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: William Teixeira.
Fonte:
http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/1055/O_evangelho_transforma_o_casamento/?utm_source=inf-conteudo&utm_campaign=inf-conteudo&utm_medium=inf-conteudo&utm_term=inf-conteudo&utm_content=inf-conteudo
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